sábado, 7 de janeiro de 2012

Sobre números e fatos


Números são feitos para demonstrarem os fatos, mas não são os fatos. Além disso, são resultados da leituras que um ser humano faz dos fatos. Sendo assim, são demonstrações de fatos resultantes de uma leitura possível de alguém. Eu sei disso e os políticos também.
Você quer saber como vai a educação? Converse com professores. Tem curiosidade sobre a situação da saúde? Bata um papo com médicos e enfermeiros. Quer mesmo ver como vai a economia? Pergunte aos comerciantes sobre suas vendas, compras e contratações. Essas sim são termômetros legítimos da economia.
Os números interessam aos partidos e a quem fica escondido por trás de telas de computador ou folhas de jornais vendo o que querem que ele veja, ouvindo o desejado e falando o esperado.
Em um mundo de mídias, perdemos o hábito de sentir o universo que nos cerca e oferecemos essa tarefa a outros para que sintam o mundo por nós. Dessa forma, evitamos a fadiga mental.. Terceirizamos a sensibilidade em nome do tempo curto dos tempos modernos e, logo, terceirizaremos a consciência em nome das ideologias pré-montadas e pré-moldadas ao nosso gosto.
Acredito que é interessante vermos os números, mas nunca devemos esquecer que eles não são os fatos. Ainda mais quando divulgados por veículos oficiais... 
Professores, médicos, enfermeiros, comerciantes são os fatos. Conversar com eles é a melhor maneira de entender o que significam os índices, se são relatos ou engodos.

Um comentário:

Guilherme Pai disse...

Faz todo sentido o que você escreveu, o raciocínio é esse mesmo.

Mas na minha opinião, os fatos verificados sem distanciamento estão contaminados pelo fator humano.

Os problemas dos professores, para os professores, são mais graves que o dos médicos, que, por sua vez, acham os seus problemas mais graves que os dos professores.

No meu entendimento, fatos, embora não sejam números, quando utilizados para analisar avaliar uma situação ou fazer algum juízo de valor ou algo que o valha, devem ser considerados como elementos de uma equação, ou seja, imparcial e logicamente.

E aí o negócio continua complicado, pois, como ser distante e imparcial sem correr o risco de ser omisso e insensível?