quarta-feira, 20 de abril de 2011

Poucas coisas realmente importam

O problema é que percebemos isso tarde demais para não nos importarmos com o que não merece nosso desgaste. Outro dia, eu coçava a barriga do meu filho caçula (6 meses) com a barba e o fazia dar gargalhadas. Ele se revirava cada vez que eu fazia barulho com a boca e coçava sua barriga com a barba.
Veio-me este pensamento de súbito. Quando nascemos o que nos é importante é tão básico, tão restrito. Crescemos e desenvolvemos sentimentos de posse, de revanche, de onipotência e perdemos a dimensão de como as coisas que importam são tão poucas, tão próximas.
O que vi nessa vida de pessoas que vendem sua alma por coisas, que cultivam inimizades por orgulho, que compram brigas, batem no peito e dizem que dão uma boiada para não sair da briga como se aquilo fosse algo que valesse a pena, como se aquilo fosse uma virtude a ser cultivada. E desde quando estupidez é virtude? Gente que esquece que não somos um cargo, estamos num cargo e a noite em que estamos pode ser sempre a véspera da que saímos. Pessoas assumem crenças religiosas e políticas e por elas são capazes de brigar, discutir, até matar. Evocam para si a missão de mudar o mundo convencendo as pessoas de que elas estão certas, plenamente certas. Esquecendo o quão desimportante é estar certo em 99,9% das vezes.
Tudo isso por que um dia perdemos a noção de que o que importa, de verdade, é muito pouco.

5 comentários:

Eduardo Montanari disse...

É o que eu sempre digo: O quanto a vida é mais fácil quando somos crianças. Vemos tudo mais claramente.

Unknown disse...

Você sempre escreve bem demais, Marcelo, mas desta vez você se superou!Nossa, o texto disse tudo, de forma clara e direta.É pra fazer pensar mesmo....
Muito obrigado pelos seus textos!
Um abraço

Giovana disse...

Olá, Marcelo, gostei muito do seu blog. Super agradável de ler. Abração.

Unknown disse...

Muito bom! Compartilhei

Elayne disse...

Gostei mt do texto, estava pensando nestes assuntos, hoje... que coincidência(?). A felicidade, na maioria das vezes, é retirada das coisas mais simples do nosso dia a dia, daqueles momentos únicos, simples, que às vezes deixamos passar despercebidos...