quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ode ao puxa-saco

Trabalhador incansável
Com o saco do patrão
Sempre com a mão ocupada
Se ele espirra, traz um lenço
Usando a outra mão
E de uma só sacada
Seca o ranho nessa ação.

Em Natal, festividades,
Sempre tem um presentinho
E pra manter sua sina
Baba os ovos direitinho.

Pergunta sobre a família
Pede notícias da sogra
Manda lembranças para filha
Bons augúrios lhe joga

Concorda sempre com o chefe
Discordar nem pensar
Aceita tudo que é dito
Morre de medo de suspeitar
Que o chefe tão amado
Pode vir a sonhar
Que ele, capacho querido
Resolveu raciocinar

Mas sempre mal entendido
Pelo resto dos colegas
Que o julgam só manter o emprego
Porque empenhou suas pregas

Mas no fundo poucos conhecem
O peso de sua labuta.
És tu, ó puxa-saco de merda...
Um tremendo injustiçado.

P.S.: Pensou que eu iria dizer "filho da puta" hein?
Não disse, mas serve. Fique à vontade para rimar.

4 comentários:

Mikasmi disse...

Belíssimo poema

Já estava a imaginar o figurão,todo untuoso...
Detesto puxa-saco, e detesto que me puxem o lustro.
Mesmo aluno engraxador eu não gosto.

Ab

Jackie Freitas disse...

Olá Marcelo!
hahahaha...Muito bom! Muito bom mesmo!
Já convivi com muitos e posso te dizer que são exatamente assim! hahahaha... Estão sempre à disposição, com uma mão abanando e outra reverenciando... E ai de quem ousar contestar! Uma vez fui duramente penalizada por ter me metido "a besta" em questionar tais atitudes... Eu rimaria sem medo de ser feliz com o final sugerido! rsrs
Grande beijo,
Jackie

Unknown disse...

ahahahahahah...
Marcelo, estou a chorar de tanto rir! Um retrato perfeito de "engraxador" (puxa-saco)!
Abraços!

Gessy Miloch disse...

Olá Marcelo.
É bem assim mesmo e tem muito puxa-saco por aí.
Um abraço
Gessy