sexta-feira, 9 de abril de 2010

O difícil e impensável caminho do meio

Como é difícil para algumas pessoas entenderem que os extremos são o maior inimigo de todo equilíbrio. As pessoas não percebem que a balança só se equilibra quando o peso que pende de um lado, pende com a mesma intensidade do outro. Digo isso porque conversei com uma colega que enfatizava o absurdo de deixar os filhos verem TV. Discorreu sobre os imensos malefícios de TUDO sem exceção que passa na telinha. A televisão é a grande responsável pelos males do mundo para ela.
Um pouco de reflexão é o suficiente para vermos que isso não é verdade e que se há coisas ruins, também há as boas que, felizmente, nos últimos tempos, vêm aparecendo nas TVs por assinatura e mesmo nas TVs abertas. Mas o caminho do meio é insustentável (não tanto como a leveza do ser, mas ainda assim in-sus-ten-tá-vel). É melhor proibir o filho de ver do que abrir um diálogo que lhe dê discernimento, é melhor não falar sobre sexo, pois a vida ensina; é melhor não tocar no assunto drogas para não despertar a curiosidade; é melhor criarmos filhos para um mundo que nós julgamos perfeito e seguro embora saibamos que esse mundo não existe.
Mas, quando eles abrem a porta da vida adulta e retornam do país das maravilhas, o que vêem é algo completamente diferente: um mundo feio, com gente má, que transgride e mostra ao vivo e em cores tudo aquilo que papai e mamãe proibiram de ver na TV. Um mundo em que não haverá mais tempo para desenvolver aquele discernimento que poderia ter nascido lá na frente da TV e com muita conversa com os pais.
E aí, lamentamos a perda da grande oportunidade que tivemos de formar pessoas capazes de ver de tudo, avaliar e filtrar o que há de melhor e descartar o pior.

5 comentários:

Eduardo Montanari disse...

Eu nem sequer entro nesse tipo de debate, pois pessoas com essa mentalidade me irritam. Sim, eu acho que tudo tem o seu lado bom e o seu lado ruim, a TV também, mas daí a achar que ela é um monstro horrível já é sei lá, uma visão muito limitada da coisa.

Nany disse...

Acredito que uma das formas em que os pais podem, não digo proteger, mas sim ensinar aos filhos a discernir o que é certo ou errado do mundo é tendo uma vigilância epistêmica.
Não há necessidade de proibi-los de ver televisão, basta apenas escolher uma programação adequada a sua faixa etária.

Patrícia disse...

Bom, para algumas pessoas ignorar o problema é fazê-lo desaparecer. Portanto, essas pessoas evitam o diálogo a todo custo. Preferem impor suas decisões.

Keila Bergone disse...

Marcelo,
Cada um deve ensinar o seu filho o deve ou não ver na tv!Pai e mãe são (ou deveriam ser)acima de tudos amigos de seus filhos.

JediVisconti. disse...

Concordo plenamente, a TV é o mais democráticos dos entreterimentos, o negócio é desenvolver o senso crítico das pessoas e elas mesmas avaliarem o que é bom ou não para elas.