Acabei de vir da pracinha com meu filho. Ao redor havia muitos pais e mães que conduziam seus filhos de um brinquedo a outro. Eu empurrava o balanço do meu garotinho que seguia aquele movimento de vai-e-vem até parar por falta de impulso. Saí de um balanço e fui para outro do lado e fiz a mesma coisa. Meu filho dava risada durante o balançar e quando diminuia gritava: "qué". Para eu continuar dando embalo ao movimento.
Saímos dali e fomos para um brinquedo que rodava e ficava assim o tempo todo. As crianças faziam fila. Depois, passamos para uma gangorra e logo mais um escorregador. As trajetórias se repetiam inúmeras vezes. Um brinquedo balançava, outro girava, outro subia e descia... o outro.. era uma rampa em que se descia escorregando. Para mim, banal e repetitivo, para meu filho o ponto máximo de diversão de seu dia. De uma forma ou de outra, eu me divertia. Não com o brinquedo, mas com a felicidade dele.
Penso que a gente envelhece não é quando o tempo passa, quando o corpo enfraquece, quando as rugas aparecem. Envelhecemos quando as coisas perdem a graça e os brinquedos se tornam meros objetos de movimento circular, semi-circular, rampas deslizantes e vai por aí.
Reaprendi a graça que isso tem de novo, hoje, com os olhos do meu menininho.
8 comentários:
Sem dúvida. Eu também reaprendo a graça de certas coisas diariamente. Um destes dias reaprendi a graça de fazer massa de pão para moldar bonequinhos. Diverti-me!
Reaprender a graça das coisas dá-nos uma dimensão diferente dela, mas pode ser igualmente boa.
Grande abraço
Luísa
Pois é, as vezes precisamos olhar pra conseguir enxergar.
Eu tenho um livro que se chama O valor das pequenas coisas que fala muito disso.
As vezes na nossa correria em crescer, amadurecer e tentar ser alguém, acontece a ironia de justamente esquecer quem nós somos. Somos ainda aquele menino que girava no brinquedo, achava um escorrega a coisa mais alta do mundo e derrubava metade do picolé na camisetinha branca.
O tempo passa e o silência vai tomando conta de mim.
Acho que nunca vou envelhecer então... =]
Encare o silêncio como "roupa" de sbedoria. A vida transcorre sem esforço, pq nós o faríamos? Hoje estou candada sim.... pelo esforço empregado, pelas lutas em vão. Tudo que deu certo, pra mim foi o que aconteceu n a t u r a l m e n t e !
Um amigo meu, pai de 1ª viagem aos 42 anos, escolheu uma foto, dentre muitas, em que ele segura seu filho recém-nascido; a própria felicidade em pessoa.
O interessante foi que ele a postou três vezes. Na 1ª, apenas João Gabriel aparecia em cores; na 2ª, as cores se estenderam ao pai; na 3ª, toda a foto. Título: "Voltei a sonhar!" .......
É bem por aí! Eu voltei a reiventar, a redescobrir o prazer de muitas coisas que ficaram para trás. A sorrir todos os dias, só porque "eles" estão ali, e vontade de ir muito além.
Em casa, todos os dias, leio para os meus filhos as seguintes palavras que esse mesmo amigo me mandou poucos dias após o nascimento do João Gabriel:
"Amanhã fico triste,
Amanhã.
Hoje não.
Hoje fico alegre.
E todos os dias,
por mais amargos que sejam,
Eu digo:
Amanhã fico triste,
Hoje não.
Para Hoje e todos os outros dias!!"
(Encontrado na parede de 1 dormitório de crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz)
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Coisas da vida...
Bjs!!!
Que lindo! ^^
que foda!
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