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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Mesquinharia SA

Acho que o mundo ficou mais mesquinho. Quando eu era criança, as promoções eram: junte 20 tampinhas ou 10 selos de um produto e troque por um bonequinho do filme tal. Hoje, as promoções são junte 20 tampinhas ou 10 selos + 10 reais e troque pelo bonequinho filme tal. Não sei em que ponto da história entrou esta história do dinheiro. Poxa, assim não é promoção! Eu estou comprando um boneco e levando selos para os caras verem que andei bebendo determinado refrigerante.
Não me assusto se um dia encontrar “junte 20 tampinhas ou 10 selos + 10 reais, peça com educação, aguarde o sorteio e, sendo contemplado, troque pelo bonequinho filme tal.

Mas mesquinha mesmo é TV por assinatura. Quem tem Sky sabe disso. Aquele papo de compre o Brasileirão é uma maneira de te fazer engolir um monte de jogos que não te interessam (pode comprar o jogo isolado, mas custa o quase o preço de 50% de ações da empresa). Os filmes que te oferecem são aquele que já estão esquentando lugar na locadora há meses... e o pacote de filmes pelo que você paga a mais passa os filmes que Globo já exibiu umas 10 vezes na sessão da tarde. Ah sim.... e ainda enchem de propaganda nos intervalos das séries. Os caras ganham com o pagamento da assinatura, com a exibição de velharia quase custo zero e com os pacotes de jogos em venda casada que te empurram goela abaixo e ainda ficam repetindo a propaganda do NISSAN Tida e do Palio Adventure o tempo todo. 

Morte aos New Mesquinhos...Eu quero é trocar tampinhas por brindes sem dar dinheiro em troca, assistir só aos jogos do meu time e ver Simpsons sem comerciais de carro...


É... o mundo ficou muito mais mesquinho.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Da série ambiente de trabalho I: O doente conveniente... o coitadinho!

Adalberto tinha problemas sérios de saúde, embora ninguém nunca soubesse ao certo quais. No serviço, se o advertiam, logo, alguém chamava a atenção: Cuidado, ele tem problemas de coração! Se ele chegava atrasado, um olhar de repreensão era o máximo que recebia. Falar com ele? Nem pensar! Ele tinha problema de pressão sério mesmo. Na primeira promoção que aparecia na empresa, logo o indicavam ainda que sua competência estivesse muito aquém. Coitado! Tinha família para cuidar e ainda era doente, né!?

Se o trabalho que ele deveria fazer, e não fazia, acumulava, logo, uns colegas se apressavam em fazê-lo. Pobre coitado, tem problema de nervos, diziam. Na firma, durante uma crise, todos foram mandados embora, mas Adalberto ficou lá. Firme e forte,.. coitado... a esposa tinha problemas de saúde terríveis e ele ia de mal a pior a cada dia que passava.

Adalberto morreu aos 98 anos, saudável, dormindo...

No velório, alguns sussuravam:

- Vê só, foi Deus que o manteve vivo.. só Deus mesmo.

Adalberto sorria levemente no caixão como quem sentia um imenso alívio de uma gripe mal curada aos 10 anos e que virou um boato que lhe rendeu a vida toda de berço esplêndido.