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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Pague pela experiência

Esse mundo gourmet pirou de vez, tipo o Olodum que estava hippie, estava tá pop, estava reggae e estava rock. Certa vez, um casal de amigos (tendo minha esposa como comparsa) me convenceu a comer um fondue. Hesitei quando vi o preço que poderia ser cotado em bitcoin em valores inteiros. Mas eu acabei indo naquela desgraceira.

Qual não foi surpresa minha ao perceber que colocaram uma chapa na mesa para a gente fazer a carne na chapinha. Eu que sempre fiquei horrorizado como as pessoas pagam por uma comida que ninguém teve o trabalho de cozinhar (o tal do sushi)… agora me deparei com uma que dispensam o cozinheiro e atribuem a você essa experiência. Que merda de experiência.

Imagina se começarmos a pagar pela experiência, eu entro na loja de roupa e o cara me mostra uma máquina de costura e um monte de tecido e diz: aproveite esse momento.

Ou o cara entre no dentista e ele te entrega as ferramentas, um espelho e diz: viva essa experiência…

Ainda pior, chego no açougue e o cara me diz, esse é um açougue gourmet, você não está pagando pela carne, mas pela experiência. Ele me entrega uma faca e eu ouço o porco gritando que vem do fundo de seu estabelecimento. Eram outros clientes já estavam vivendo sua experiência hipster. 

E para inaugurar isso na escrita, vou parando a crônica por aqui e deixo você com o fim dessa história. 

Viva essa experiência

 

domingo, 13 de outubro de 2024

Eu, o Sushi e a Seita

Juro que tentei gostar de coisas refinadas como Sushi, mas aos 53 anos, eu me assumi como um ogro que acha um absurdo pagar uma fortuna por peixe crua esteticamente cortados (veja, o cara não gasta nem o fogo para fazer, mas se dedica ao visual como uma professora que corta EVA para suas crianças nas datas comemorativas) e, tem mais, uma coisa que vai me demandar profunda resiliência para aprender a gostar. Explico.

Eu tentei comer sushi uma 3 vezes na minha vida: uma vez em Juiz de Fora, uma vez em Nova Iorque e uma vez em Belo Horizonte. Eu juro que diversifiquei em 3 lugares diferentes e em tempos diferentes para não comprometer minha percepção. E nada… consegui detestar as 3 vezes… que, obviamente foram acompanhadas de 3 pessoas diferentes para que me dessem condição de ter a experiência guiada por um “sushimaniaco”, um estranho ser dessa seita de comida japonesa que é capaz de vender a própria mãe por um buffet de uma hora comendo à vontade em um restaurante dos herdeiros de Jaspion.

Na terceira vez, também detestei, o meu amigo me disse que nas 3 primeiras vezes ele também não havia gostado, mas lá pela 4 ou 5ª vez, ele começou a gostar… Ops

Gostar não, penso eu, começou a se acostumar com aquela desgraceira. 

Considerando que não foi essa minha relação com toucinho de barriga fritinho com mandioca (a primeira vez, me apaixonei), me recusei a seguir tentando até aprender a gostar a força. 

Enfim, desculpem-me os membros da seita Sushi, mas, apesar da culpa que carrego ao olhar um porquinho nos olhos, sigo no toucinho e ignorando o sushi.

Sigam vivos, peixinho. Não vou comer esse troço.

Sigo sem culpa até o próximo porquinho


terça-feira, 11 de agosto de 2020

Eu até queria ser chique, mas ...

 

Juro! Eu até gostaria de ser chique nos meus costumes alimentares. Falar de Sushi, suas variações exóticas (pra mim é tudo peixe cru que custa caro). Degustar um vinho e reconhecer suas nuances (a única coisa que sei de vinho é que é feito de uva.. eu acho) ou talvez assistir ao Master e Chefe e não pensar "Meu Deus, parece que meu gato passou mal e vomitou no prato..." Pratos miseráveis e comida esquisita.

Descobri que vocação para não ser chique era definitiva quando, um dia, vi um morador de rua comendo uma quentinha com arroz, feijão, macarrão, carne moída, angu e couve... Salivei como uma lhama e quando cheguei em casa saí caçando quem fez aquela quentinha. Achei e encomendei algo parecido. E aguardei ansiosamente para comer aquela iguaria dos deuses. E, naquele caso, pude adicionar torresmo... aquilo que depois que Deus disse " faça-se a luz" proclamou ao universo... Faça-se o torresmo (com angu e couve).

Comi cada colherada sentido o sabor me invadir. Enquanto isso degustava um Tampico de laranja, safra de julho/2020 com tons laranja e odor cítrico... de laranja. Porque a única coisa que sei da bebida é que tem laranja por ali... pelo menos espero.


P.S.: Mestre do sabor é o cara da foto com sua quentinha. #sótragoverdades