quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Algumas boas razões para não se discutir por besteira

Dizem que a vida pode ser representada por números, que a matemática pode dizer muita coisa sobre nosso dia a dia e nos ajudar a entender o mundo que nos cerca e como agimos com nosso tempo.

Partamos da premissa que um homem adulto com 44 anos (eu) dentro da expectativa média de vida de um brasileiro possui mais uns 29 a 30 anos, podendo chegar a um pouco a mais ou um pouco a menos. Esse é o ponto de partida da ideia.

Uma discussão consome em média, entre o tempo que discutimos e o tempo em que pensamos o que falamos ou que deveríamos falar uns 20 minutos (no caso de pessoas mentalmente equilibradas. Óbvio. As doentes ficam pensando dias no que poderiam ter dito e não disseram).

Uma pessoa que goste de discutir e se envolva em, digamos 4 discussões por semana (um "treteiro" de Facebook supera esses números fácil), terá utilizado aproximadamente 80 minutos de sua semana para debater algo cujo objetivo era unicamente comprovar que estava certa.

Voltando ao raciocínio inicial, os 30 anos restantes de vida equivalem a umas 1500 semanas que se somadas aos minutos gastos nisso, daria mais ou menos uns 120 mil minutos dedicados a discutir alguma coisa que não vai levar a lugar algum. Isso significa que se passaram 2.000 horas, ou seja, aproximadamente 83 dias de vida na estúpida tarefa de mostrar o quanto estavam certos ou de ouvir o quanto os outros estão certo. 

- Isso representa 0,007% da minha existência restante que eu poderia gastar assistindo a uns 40 filmes de 2 horas ou passando, 16 semanas de 5 dias na praia. 
- Em termos financeiros, considerando horas trabalhadas, significa que uma pessoa que recebe como professor universitário 40 reais/hora trabalhada, estaria jogando no lixo R$ 3.320,00 que poderia investir em uma passagem de avião de ida e volta a Miami em baixa temporada;
- Com um consumo de 75 KCal/hora na atividade "intelectual", isso significa 6.000 Kcal, ou o mesmo que 10 relações sexuais (gasto médio) 

Preciso de uma excelente razão para preferir discutir alguma coisa a assistir filmes, ir à praia, viajar para Miami ou ainda ter 10 relações sexuais. Há ou não há um prejuízo real na perda desse tempo? Nosso tempo não é infinito.

Isso sem falar que eu imagino que tenha mais uns 30 anos de vida, mas quem me garante que nesse momento não existe alguma doença me destruindo por dentro (um câncer daquele bem agressivos), em silêncio e que esses 30 anos se reduzirão a uns 3 meses em que eu posso brincar com meus filhos, ler um livro, assistir a bons filmes, ouvir uma música legal, rir e não dedicar meu sagrado tempo a mais tola das atividades humanas: provar o quanto estamos certos ou ouvir o quanto os outros estão certos. Tudo isso pelo simples prazer de estar certo. Definitivamente, o mundo já tem babacas demais e não vou engrossar esse caldo por uma questão de respeito a mim mesmo (e ao meu próximotambém, é claro).

Fazemos muito pouco do tempo até que, um dia, o tempo é que fará pouco de nós.

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