sábado, 25 de outubro de 2014

Às vezes, mas só às vezes...

Às vezes, mas só as vezes, tenho muito medo do rumo que as coisas seguem no plano da ideias por aqui. Não estou falando de obras, governos, políticos, partidos... Com relação a esses, concordo com todos para não desagradar meus amigos e, ao mesmo tempo, manter-me livre e longe de suas argumentações, mas fico mastigando minhas ideias durante muito tempo sobre o que penso. Não. Não vou compartilhar isso. Você está certo e eu estou, bem, estou calado e assim desejo ficar sobre esse assunto. 

Mas não. Não falo disso. Falo das ideias. Acho que se chegou a um ponto em todas as argumentações migraram do campo das ideias para o campo pessoal e fulano está errado porque é de uma elite dominante, logo, o erro, o preconceito, a tendência a exploração, enfim, tudo que há de ruim lhe é inerente. Nem precisa abrir a boca. Ele está errado.

Presenciei uma situação mais ou menos assim outro dia:
- Outro dia...tem uma moça que trabalha lá em casa...
- Aposto que a empregada da sua casa é negra.
- Não. É branca.
- Ah.. quer que dizer que você acha que um negro não serve nem para ser empregado seu?
- Eu não falei isso.
- Ah quer dizer que isso não merece nem ser falado? Sabia que não falar sobre o problema é uma maneira de perpetuar O SEU preconceito?
- O meu o quê?
[xeque mate] :-(

Algo semelhante aconteceu em mídia nacional com alguém que apoiava a candidata Marina Silva. Por acaso,  a pessoa é uma das herdeiras de um banco famoso. Antes que se avaliasse qualquer coisa a respeito dela, atiraram pesado sobre a candidata dizendo que ela estava vendendo o Brasil aos banqueiros sem nem ao menos se questionar se era uma pessoa que tinha alguma representação social além dos bancos e do dinheiro, afinal, se a mulher era banqueira era do mal. O raciocínio hoje é:  Rico  = do mal e explorador / Pobre = do bem e explorado.

É disso que tenho medo, dessa simplificação burra e maldosa que só presta a quem quer cercear qualquer forma de pensar e condenar no nível pessoal sem sequer ouvir qualquer ideia a ser colocada. 
Isso é uma característica marcante de períodos totalitários e a história nos mostra que isso nunca termina bem.


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