As razões para não se fazer alguma coisa são sempre mais fortes do que a razão para fazer. A começar pelas tentações do estado de inércia absoluta. O prazer de não fazer nada nos coloca em uma situação passiva diante da vida enquanto agentes fazem o mundo girar.
E aquele que opta pela inércia segue a criticar sempre dizendo que há maneira melhor de se fazer, a dele, no caso. Mas que, no fundo, ninguém sabe se é um a maneira boa ou má já que quem poderia fazer não vai fazer mesmo.
Vejo, muitas vezes, que, diante de uma tarefa que levaria duas horas, as pessoas passam os primeiros vinte minutos imaginando uma boa desculpa para não fazê-la. O tempo, as circunstâncias, o entorno, o clima, enfim, tudo serve para justificar a sua inércia absoluta.
Ah... As desculpas! Que aliás, devem ser separadas das justificativas, pois justificativa é o que impossibilita e inviabiliza que a gente faça algo. Por exemplo, não pude sair correndo porque cortaram minhas duas pernas. Já a desculpa é uma opção de não fazer por dar mais trabalho de fazer de outro jeito. Por exemplo, não pude mandar o material por email nos últimos 10 dias porque fiquei sem internet. Mas não tem ninguém perto da sua casa que tem internet e que poderia lhe ceder um pouco, no seu trabalho, perto do seu trabalho ou mesmo uma lan house... Você não passou nem perto de algum local que pudesse lhe permitir o uso? Nem pagando? Por onde você andou nos últimos 10 dias? Numa tribo de índio botocudos?
Se bobear, deve haver um índio com wifi por lá.... Em que mundo você andou?
Isso é uma desculpa. Perceberam a diferença?
É claro que cada caso é um caso, mas a desculpa tem cheiro forte...
As pessoas morrem de medo de assumir a sua absoluta incompetência em administrar sua vida. É como admitir uma doença altamente contagiosa e vergonhosa em público. Nunca vi ninguém que assumisse: sou incompetente em administrar meu tempo, minha vida e isso aliado a minha indolência me fazem uma pessoa muito afeita às desculpas de toda cor, tamanho e gênero.
Muito pelo contrário, quando confrontadas em sua fragilidades, ao invés de pararem e mudarem de atitudes, ficam agressivas e devolvem com frase que exaltam a si mesmas como não sou moleque, não sou criança para me cobrarem, que tipo de pessoa pensa que sou...
No fundo, nessa horas exercitamos a tolerância tentando não pensar em nada.
Mas que isso faz a gente pensar, faz mesmo.
P.S.: Escolhi o Homer Simpson na imagem, pois ele é o grande mestre de todas as desculpas possíveis e, de uma forma bem cafajeste, assume-as uma a uma. Por sua coerência, sou fã dele. rs
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