Mesa do café da manhã. Mulher serve o café de roupão e senta à mesa. O marido pega o requeijão e nota que tem bolor no requeijão e que está velho.
- Amor, é impressionante! Você compra queijo, requeijão, presunto.. não dá conta de comer tudo e acaba estragando. Você ainda não percebeu que é muita coisa e sempre estraga uma...
- Está estragado não...
- Tá sim... tem uns bolores meio verdes nele.
- Ih.. tem mesmo e o pior é que nem vi e estou comendo isso desde ontem. (cara de nojo)
- Pois é. Eu falo. Eu até li outro dia na internet que esses bolores do requeijão dão alucinação, delírio.. esse troço pira a cabeça do cara. É.. meio droga, meio chá de cogumelo.. bolor alucinógeno... Argh!
- Tem razão, Amor. Eu não dei importância para o que você falou. Eu acabo agindo assim sem querer mesmo. Só ouço o que me convém e acabo entendendo só o que me interessa. Desculpa se tenho agido dessa forma. É quase que involuntário...
Marido fica supreso com o reconhecimento do fato por parte da mulher. Mulher reconhecendo que está errada é algo surpreendentemente raro e estranho.
E ela continua
- Aliás, pensei naquilo que você me falou sobre os sapatos e vou doar uma boa parte deles. 50 pares de sapatos é um absurdo para quem tem dois pés só. É consumismo desenfreado e sem a menor lógica. Você está certo. Não é nem pelo dinheiro, mas é pelo controle dessa compulsão. Vou me esforçar para melhorar.
Marido com cara de besta...
E prossegue...
- Aliás, que tal mandarmos as crianças para a casa da sua mãe e dar uma trepadinha daquelas, hein? Como nos velhos tempos? Com calma, caprichada... Olha que ontem dormi pensando nisso, em você e acordei com essa ideia fixa... pegando fogo..rs. Aliás, a fulana, sabe? Aquele minha colega de academia, perguntou se a gente não topava uma festinha com ela, uma brincadeira a 3. Eu disse a ela que por mim tudo bem, mas que precisava conversar com você primeiro, saber se tudo bem... sei lá. Não quero me apressar sem trocar uma ideia com você.
O marido está de queixo caído.
A mulher levanta com o copo na mão para deixar na pia e recolhe o requeijão junto.
- Não coloca a mão nesse requeijão! Adverte o marido.
- Mas e os bolores tóxicos alucinógenos..?
- Tudo besteira de internet... senta aí e como mais uma biscoito de água e sal.
E conclui, “com requeijão, por favor…”
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