sábado, 28 de fevereiro de 2009

Das medidas de relevância de um texto.

Mede-se a relevância de um texto pela capacidade que ele tem de revelar emoções em quem lê. A capacidade de enternecer, de fazer refletir, a capacidade de incomodar são vitais ao bom texto. Ou seja, um movimento único no sentido de retirar o indivíduo da sua inércia absoluta e cômoda que o priva do raciocínio. 

Se o texto incomodou, se levou a pensar, pronto, virou referência. Por outro lado, quando ele é mal lido, desperta as acusações mais descabidas, mas logo há quem retifique em um comentário e que demonstre que entenderam mal e que a idéia não era essa. Todo bom texto, de certa forma, sempre desperta a ira de quem acha que kkkk legal seu blog, visite o meu” é uma forma legítima de expressão. Para alguns, talvez o seja, afinal, o nosso senso crítico e nossa capacidade de pensar são as margens que limitam nossa percepção do universo. 

É fato que pedir que se entenda certas coisas para algumas pessoas é angustiar-se na eterna busca de receber algo de quem não o tem para oferecer. E como diz Djavan, “sabe lá o que e não ter e ter que ter para dar, sabe lá”.. E resta ao indivíduo o conforto da ignorância que abranda toda a dimensão da escuridão. Sempre achei que, quando formulou o mito da caverna, Platão se esqueceu de dizer que, a alguns, ainda excitam e atraem as algemas e a escuridão.... É quase um fetiche, uma perversão pela própria ignorância.

A idéia é que uma boa leitura do texto e uma releitura do que você comenta nos blogues são as chaves-mestra de uma participação relevante, pois, além de ser seu cartão de visita, é uma maneira de expressar respeito por quem postou. Muitas vezes, esquecem que, mesmo por trás do anonimato de um apelido e um teclado, há algumas “regras” que fazem bem a todo relacionamento humano. E o respeito é a mais sagrada delas.

A minha contribuição foi dada e não é o pecado da omissão que garantirá minha cadeira cativa no inferno...

Por conta desse pecado não.
De outros... é bem provável... rs

20 comentários:

O bEM viVER disse...

Professor, Marcelo,

Que bom voltar e ler esse relevante texto. Já vou encaminhando-o para meus filhos, que estão no ensino médio.

Mas antes de começar esse comentário, pensei: ai, será que redigirei boas frases? Bem, já que o objetivo da escrita é interagir com o leitor,...É isso que farei. "E fiz".

Até mais,

Lena

Taís Matos disse...

kkkk legal seu blog, visite o meu!

Tchau!


Haha. Brincadeira. Não tem algo que mais me revolta é esse tipo de comentário. O pior é que pessoas que fazem isso, dão ctrl c e ctrl v. Não têm nem criatividade para variar essa frase: "Seu blog é legal. Visite o meu!" ou "Blog, legal, mim, macaco".

Acho surpreendente como "O mito da caverna" pode ser aplicado em tãos diferentes contextos e continuar super atual. Platão era mesmo um gênio... ou um vidente.

Abraços e um ótimo fds!

Francisco Castro disse...

Olá!

O seu texto é bastante claro no que deve contar um texto que envolverá o leitor.

O que eu escrevo reflete, evidentemente, o que eu penso sobre o assunto que é objeto do texto. Muitas vezes, quando o assunto é bastante técnico fica um pouco difícil de passar para o leitor todas essas qualidades descritas por você, mas pelo menos em parte eu tento passar.


Abraços


Francisco Castro

Unknown disse...

Muito bom, tapa de luva. Texto ótimo.

Marcio Sarge disse...

MComo gostaria de ter tido aula com vc, claro, além dessas aqui :)

Seu texto é magnífico, um tratado sobre como tratar a informação em respeito a quem passa.
A ignorância é uma doênça curável, basta aplicação e vontade, se não há, que sobre o respeito que infelizmente anda ausente na blogesfera.

Abraço e até a próxima aula rs.

Lívia disse...

Concordo com o que disse sobre o respeito. Algumas pessoas esquecem disso ao comentar sobre algo, principalmente na internet, onde não há "olhares", rs. Pode ser troll, pessoas que não sabem divulgar seus blogs ou simplesmente aqueles seres que não falam nada com nada... Neste caso, onde a motivação é somente satisfazer a si mesmo, é melhor ficar quieto.
[]'s

LETÍCIA CASTRO disse...

Um texto relevante é um texto como esse aqui, que você lê de cabo a rabo, com ordenamentos cronológico e mental perfeitos, sem deslizes no idioma e com um tema pertinente.
Fazia tempo que eu não passava por aqui, professor, é o trabalho, como sempre, mas foi um prazer encontrar esse texto tão significativo para quem bloga, frequenta blogs e para a vida, em geral. Parabéns mesmo!
Estou esperando a visita da galera ao museu, é só falar quando, tá bom?
Beijos!

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Marcelo!

A interpretação de texto tornou-se fundamental na blogosfera. Autores que tem preguiça de ler, de comentar, de conquistar leitores, criam um blog com qual motivo? para olhar para os números das estatísticas e sentir um orgasmo virtual? Só pode ser...rs.

Não se trata de promoção da censura, nem de impedir a liberdade de expressão. mas a sua constatação é que isso é um reflexo da falta de interpretação que assola o mundo, a sociedade - um reflexo puro da má qualidade do nosso ensino. Daí é complicado lutar contra o vento...hehehe...mas não impossível.

Estava com saudades da suas críticas que são sempre reflexivas e oportunas.

Abraço

Henrique Hemidio disse...

Sem dúvida

Dani Antunes disse...

Cara, no meu último post no 'Mulheres à la carte' surgiu uma criatura dessas 'oi, tudo bem. me linka?"
E como lá agente abusa da tag 'blockquote' pra responder os comentários, eu simplesmente ignorei.
Mas que é completamente irritante, isso é.rs

E, concordo contigo. Eu só comento nos posts que me prendem, que me fazem pensar, rir, gargalhar... Os que 'esboçam alguma reação' em mim, sabe?

Eu gosto de escrever e, se escrevo algo de "oi, comenta no meu blog", quero que seja igual com quem me visita, seja no meu blog ou lá no Mulheres.

Enfim... Não custa repetir que eu adoro teu blog e essa sinceridade com a qual vc fala. De verdade! ;D

Beijo e um ótimo fds pra vc

Blogueira disse...

Oi Marcelo!!!

Às vezes eu sinto vontade de ter uma aula com vc. Tenho excelentes professores etc e tal, mas eu continuo querendo uma aula com vc (rs). Quem sabe, não??? O mundo dá tantas voltas e eu faço Letras, a gente pode se esbarrar um dia...

Sobre o texto, acho que graças a Deus não tenho preguiça de ler, volto várias vezes se necessário, e não me sinto inibida em pedir ajuda, pesquisar, enfim, o que for preciso para compreender. Sabe... às vezes acho que compreender é um caminho árduo, uma professora me disse que o conhecimento dói, e eu concordo com ela. Sei que estou longe de ser uma ótima escritora, mas não me conformarei em ser uma escritora que não tenha algo a oferecer. Eu sinto muito, mas na blogosfera eu não encontro lá muita coisa que me faça evoluir, o seu blog é um entre poucos que me inquietam e acrescentam, não vou me conformar em ser mais um desses blogs vazios, eu quero ser relevante. Tomara que eu consiga, mesmo sabendo que vai doer.

Abraço.

Glauciane Carvalho disse...

Texto inteligente, revelador de absoluta sensibilidade com a escrita. Algo raro de se ver hoje em dia. São textos como esse que deveriam seguir de base para a maioria dos blogueiros, pois o que mais vemos hoje em dia com as febres dos blogs são notícias e postagens fúteis. Realmente, não perco meu tempo comentado aquilo que acho fútil. Parabéns querido mais uma vez...

RAAATO disse...

o problema é que hoje em dia tudo virou dinâmico e não existe mais leitura sem pular linhas e quiçá paragrafos. O mundo se tornou preguiçoso, o mundo tá gordo. Tudo é scraps, BBB e videos pseudo engraçados no youtube. O mundo tá gordo e sedento de imagens, não palavras, infelizmente!

Homenzinho de Barba Mal feita disse...

perversão pela própria ignorância, foi ótimo...rs
Tem gente que sente um certo prazer em ser burro.
Estava lendo em um blog, que segundo uma pesquisa, existam cerca de 72% de analfabetos funcionais. Pelo que leio nos comentários que recebo, não duvido dos números apresentados.

Abraços!!!

Unknown disse...

Ler um texto inquietante, antes de fazer aprender sobre um determinado assunto, é aprender sobre si mesmo. Quantos leio bons textos, alguns teus, descobro coisas novas em mim, repagino algum fato da minha história.

Quando a gente bate de frente com essa geração preguiçosa, que não se rende por nada a uma boa leitura, o que nos resta lamentar profundamente. Antes de serem ignorantes eles são mal informados sobre eles mesmos. E como é bom aprender sobre si mesmo.

Um abraço

Junior Silva disse...

Olá professor

Uma coisa eu pus na minha mente mesmo antes de ter meu blog: Eu sou o que escrevo na blogosfera. Eu sou minhas palavras que são fruto da minha essência ideológica e da minha visão de mundo. Se alguém não entende o que escrevo, peço desculpas, pois o erro foi meu em não me expressar coerentemente.
Quanto à ler, adoro, e acho o melhor exercício do mundo.

Abraços.

Carlos Cruz disse...

kkkkkkkk! legal seu texto relevante! releve meu comentário irrelevante, não levante! visite meu blog e avante!

hehehe.

esse negócio de escrever e postar é um vício desgastante. embora seja um prazer ler comentários - ainda que mordazes - de quem realmente leu e entendeu o que se escreveu, abundam aqueles daqueles sedentos de visitas que não lêem seus textos e, quando lêem, nada entendem. mas, fazer o quê, a Net e o mundo são plurais.

Alcione Torres disse...

Tem selo para você!!
http://sarapateldecoruja.blogspot.com/2009/03/novos-selos.html
Abs.

Laila disse...

Como demorou para que eu aprendesse que a qualidade de um texto é diretamente proporcional ao estranhamento que ele causa. E demorou mais ainda para aprender que estranhamento nem sempre é negativo. O fato é que inteligência sempre causa estranhamento, venha ela de uma postagem ou mesmo de uma conversa. A opção de ser alguém que causa estranhamento pela inteligência para mim é muito valiosa, e digna de todo o meu respeito.

Lomyne disse...

Sabe o que este me lembrou? A primeira aula do John Keating em Sociedade dos Poetas Mortos, quando fala de que a qualidade de um texto se mede em um gráfico... Bom, eu gosto da política dele de rasgar aquela porcaria e reinventar o óbvio...

No final das contas, no entanto, é também preciso levar uma outra coisa em consideração: os medíocres também são felizes. A seu modo, mas são.